quinta-feira, 15 de março de 2012

Lenha na Fogueira: a Obesidade, produto do meio ou da hereditariedade?

Texto 1
            Uma equipa europeia de investigadores identificou um gene cujas mutações aumentam o risco de obesidade, segundo um estudo publicado pela revista nature Genetics em 07-07-08. Na base do trabalho, realizado por investigadores franceses e britânicos, está p gene PCSK1, que desempenha um papel essencial na maturação de várias hormonas com papel-chave, ao nível do cérebro, na ingestão de alimentos.
            Anteriormente, tinham sido identificadas mutações do PCSK1 em três pacientes que sofriam de uma forma rara e grave de obesidade, chamada monogénica (causada por um só gene), nos quais se constatou a ausência da enzima. (…) As investigações começaram com 150 famílias francesas com crianças obesas e foram depois alargadas a uma amostra maior de população em França, Dinamarca, Suiça e Alemanha. Os resultados mostram que anomalias aparentemente menores da enzima podem desencadear excesso de peso é geralmente atribuído a alterações do modo de vida relacionadas com a dieta ou a sedentariedade, mas há vários “genes da obesidade” já identificados.


            “Todos reagimos de modo diferente ao meio ambiente, que é cada vez mais semelhante, e a razão pela qual reagimos diferentemente tem em parte causas genéticas múltiplas. Este gene é uma causa entre outras”, explica o investigador.
www.cienciahoje.pt, 2008-07-07


Texto 2


            A obesidade, que é um dos problemas que afectam milhões de seres humanos, será produto da hereditariedade ou do meio? Um estudo recente mostrou que entre os adolescentes, o facto  de comerem pelo menos uma refeição por dia com a família diminuía muito a probabilidade de se tornarem obesos, de sofrerem perturbações no comportamento alimentar ou fazerem regularmente dietas. A refeição em família permite que comam mais lentamente o que é necessário para experimentarem a sensação combateria também os efeitos do stresse o que diminui os riscos de alimentação compulsiva, frequentemente ligados à necessidade de combater a angústia. As emoções positivas ligadas à partilha de um momento de convívio diminuiram também a necessidade que certos adolescentes sentem de regular as suas emoções através da alimentação.


Cerveu et Psycho, n.º 26, p. 11


            Os textos 1 e 2 apresentam dados que reforçam duas teses sobre a origem da obesidade: o primeiro defende que a obesidade é um produto da hereditariedade, enquanto que o segundo expõe uma ideia oposta, isto é, no texto 2 é defendido que a obesidade surge por influência do meio.
            Na nossa opinião, ambos os textos têm a sua razão, isto é, a obesidade resulta de diversas interações, nomeadamente, dos aspectos genéticos (hereditariedade), ambientais (meio) e comportamentais. Assim, filhos com ambos os pais obesos apresentam uma probabilidade maior de virem a ser obesos, bem como determinadas mudanças sociais estimulam o aumento de peso em todo um grupo de pessoas.




            Temos dois grandes pesos nesta balança. Por um lado, a hereditariedade: há uma tendência para ser obeso se na família se encontram pessoas com a mesma doença; e por outro lado, o meio: hoje em dia somos invadidos por enumeros anúncios publicitários que movem enormes quantidades de pessoas, é o caso do MacDonald’s, por exemplo. Este tipo de circustâncias influenciam, e de que maneira, a obesidade, tornando-se muito difícil dizer qual das variáveis é a que mais influencia; a hereditariedade e o meio estão tão interligados que achamos  ser mesmo uma tarefa impossível.

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