quinta-feira, 7 de junho de 2012

Pena de Morte

Numa das aulas práticas, e a propósito do julgamento de Anders Behring Breivik, autor do massacre a 77 jovens na Noruega, o nosso grupo deparou-se com uma discrepância de ideias e opiniões sobre a pena de morte. 2 elementos do grupo apresentaram-se a favor deste indivíduo ser condenado com a pena capital e os outros 2 elementos apresentaram certas objecções. 
Deste modo, os dois elementos que se afirmaram a favor desta, escreveram e tentaram rebater as mais comuns objecções à pena de morte.



1ª objeção: Não pode haver pena de morte porque podem acontecer erros e acabar-se matando inocentes.

Resposta: Segundo esse argumento, tudo o que contém algum risco de erro é ilegítimo. Se esse argumento procedesse, deveriam ser proibidos o avião e o automóvel, porque acontecem vários acidentes por ano e muitos inocentes morrem. "Abusus non tollit usum" (o abuso não tolhe o uso), é uma máxima do Direito absolutamente verdadeira. Caso contrário, a vida em sociedade seria impossível.

2ª objeção: Um erro não justifica outro.

Resposta: a objeção normalmente parte do pressuposto de que a pena de morte é um erro, sem se dar ao trabalho de provar isso. Se assim fosse, a mãe não poderia bater no filho quando ele faz alguma travessura, já que bater é errado e não poderia ser usado para corrigir outro erro.
Dever-se-iam extinguir as cadeias, porque os erros dos criminosos não justificariam outro erro que é o cárcere forçado. E assim por diante...

3a. objeção: Só Deus pode tirar a vida. E Ele ordenou: "Não matarás".

Resposta: Então, a Bíblia estaria errada quando diz: "O que ferir um homem querendo matá-lo, seja punido de morte" (Êxodo 21,12). "O que ferir o seu Pai ou sua Mãe seja punido de morte" (Êxodo 21,15). "Aquele que tiver roubado um homem, e o tiver vendido, convencido do crime, morra de morte"(Êxodo 21,16). Na verdade, a ordem divina "Não matarás" significa que ninguém pode matar sem motivo, sem razão. Não impede o assassinato em legítima defesa. Ora, a pena de morte nada mais é do que a legítima defesa da sociedade contra o criminoso.
Se a objeção procedesse, não haveria previsão da pena de morte na Bíblia.

4ª objeção: A Igreja Católica é contra a pena de morte

Resposta: A Igreja sempre ensinou que a pena de morte é legítima. Ela não poderia ir contra o que a Bíblia ensina de modo tão explícito. Vários santos defenderam a pena capital, entre eles: São Jerônimo, o doutor máximo das Escrituras, Santo Agostinho, São Pio V, São Pio X e São Tomás, o maior doutor da Igreja. Quem se opõe à pena de morte não é a Igreja, mas alguns padres e bispos. São Paulo ensinou que a pena de morte é legítima: "Paulo, porém, disse: Estou diante do Tribunal de César, é lá que devo ser julgado; nenhum mal fiz aos Judeus, como tu sabes muito bem. E, se lhes fiz algum mal ou coisa digna de morte, não recuso morrer..." (Atos XXV, 10-11). São Paulo afirma que existem ações que são dignas de morte. É, portanto, favorável à pena capital. Diz ainda, em outra passagem: "Os quais, tendo conhecido a justiça de Deus, não compreenderam que os que fazem tais coisas são dignos de morte; e não somente quem as faz, mas também quem aprova aqueles que as fazem" (Rom I, 32).

5ª objeção: Não se pode punir os criminosos com a morte. Ninguém tem esse direito.

Resposta: É necessário punir os faltosos. A justiça manda "dar a cada um o que é seu". Quando um ladrão rouba uma pessoa, cometeu uma injustiça e a vítima, além da sociedade, é "credora" desse ladrão. Então, para se fazer justiça, o ladrão deve pagar. Restituir o que subtraiu à vítima e pagar uma pena. Por isso sempre se diz: "O criminoso está em dívida com a sociedade", "Já paguei minha dívida com a sociedade". Os maus devem ser punidos, é o que ensina São Tomás na "Suma contra os gentios", em que cita algumas passagens da Bíblia: Diz o Apóstolo: "Não sabeis que um pouco de fermento corrompe a massa?" (ICor 5, 6e13), acrescentando logo após: "Afastai o mal de vós". Referindo-se à autoridade terrestre, diz que: "Não sem razão leva a espada, é ministro de Deus, punidor irado de quem faz o mal" (Rm 13,4). Diz S. Pedro: "Sujeitai-vos a toda criatura humana por causa de Deus; quer seja rei, como soberano; quer sejam governantes, como enviados para castigar os maus, também para premiar os bons" (1Pd 2,13-14). De acordo com essas passagens, a punição é necessária, e os governantes têm o direito de punir. A pena deve ser proporcional ao agravo. Desse modo, para uma infração leve devemos ter uma pena leve, para uma infração média, uma pena média, e para uma infração grave, por exemplo, um assassinato, devemos ter uma pena forte, que é justamente a pena de morte. Por isso a Bíblia elenca vários crimes que são dignos de morte.

6ª objeção: A pena de morte não resolverá nada. Os EUA são a prova disso.
Resposta: Resolve sim. Primeiro porque um apenado com a pena capital não cometerá crimes novamente. Segundo, porque nos países onde ela existiu, no decorrer da história, sempre houve baixa criminalidade. Por exemplo, na França. Em Paris, entre 1749 e 1789 - quarenta anos -aconteceram apenas DOIS assassinatos. E hoje em dia, nos países que aplicam a pena máxima - como é o caso dos países árabes e de Cingapura - há baixíssima criminalidade. Nos EUA, se não houvesse pena de morte haveria ainda mais crimes. Além disso, o sistema americano é imperfeito; há poucas condenações e os processos são demorados demais. Em New York a criminalidade está despencando e um dos motivos é a aprovação da pena de morte.

7ª objeção: É uma falta de caridade com o criminoso. É contra os princípios cristãos.

Resposta: Pelo contrário. Como ensina São Tomás, o ódio perfeito pertence à caridade. A pena de morte na verdade é caridosa. Quando aplicada a um criminoso irrecuperável, ela impede que ele cometa mais crimes, ou seja, impede que cometa mais pecados. Como dizia São Domingos Sávio, "é preferível morrer a cometer um pecado mortal". Além disso, a pena capital, é uma excelente oportunidade para que o criminoso se arrependa de seus crimes e ofereça sua vida como pagamento de seus pecados. O criminoso, no corredor da morte, tem uma rara oportunidade de salvar-se, bastando arrepender-se e confessar a um sacerdote antes da execução.

8a. objeção: Não se pode abreviar a vida porque existe a possibilidade de uma graça futura ou de um arrependimento futuro.

Resposta: Ora, para Deus não existe tempo. Se tal pessoa deveria receber uma graça no futuro, Deus "anteciparia" tal graça. Por outro lado, a Justiça não pode trabalhar com meras "hipóteses" ou "suposições". Na argumentação de São Tomás, o perigo de um criminoso para a sociedade é maior do que a chance dele se converter, e por isso deve ser eliminado.

9a. objeção: Jesus Cristo foi contra a pena de morte

Resposta: Jesus Cristo é Deus. Deus é o autor mediato da Bíblia. Se a pena de morte fosse errada, não haveria previsão na Sagrada Escritura. No Novo Testamento há várias passagens pró pena de morte: S. João XIX, 10-11: "Então disse-lhe Pilatos: Não me falas? Não sabes que tenho poder para te crucificar, e que tenho poder para te soltar? Respondeu Jesus: Tu não terias poder algum sobre mim se te não fosse dado do alto...". Ou seja, Deus deu a Pilatos, autoridade constituída, o direito de aplicar a pena de morte. É claro que com Nosso Senhor, Pilatos usou mal esse direito. E no Apocalipse: Apoc XIII, 10: "Quem matar à espada importa que seja morto à espada".

10ª objeção: As pessoas que defendem a pena de morte assim o fazem porque não serão elas as executadas. Se um filho dessas mesmas pessoas estivesse no corredor da morte seriam as primeiras a protestarem contra a pena capital.

Resposta: Se esse raciocínio fosse verdadeiro, teríamos de acabar com todas as penas, porque quem comete um crime não quer ser condenado, mesmo que tenha defendido a pena para esse crime. O argumento equivale a dizer: "As pessoas que defendem a pena de cárcere forçado assim o fazem porque não serão elas as prisioneiras. Se um filho dessas mesmas pessoas estive presa seriam as primeiras a protestarem contra a prisão".

11a. objeção: Quem é contra o aborto, não pode ser a favor da pena de morte.

Resposta: Raciocínio torto esse, totalmente "non sense". Somos a favor de punir bandidos, e não inocentes que nunca fizeram nada. Esse raciocínio é o equivalente a dizer: "quem é contra prender uma criança durante 10 anos numa cela, não pode ser a favor de prender um criminoso por 10 anos numa cadeia". A tese contrária é verdadeira "Quem é a favor do aborto não pode ser contra a pena de morte". Se alguém defende o assassinato de uma criança inocente, não poderá ser contra a execução de um bandido. Infelizmente, hoje em dia, há várias pessoas que são favoráveis ao assassinato intra-uterino (aborto) e são contra a pena de morte. É o cúmulo do "non sense".

12ª. objeção: Se no passado ela poderia estar certa, a pena de morte hoje em dia não tem mais cabimento. A tendência do mundo é de acabar com ela, não podemos impedir a evolução das coisas. A pena de morte não é compatível com um mundo civilizado.

Resposta: De acordo com esse raciocínio as tendências do mundo moderno são todas excelentes e inatacáveis. Entretanto, hoje a tendência é de que os partidos neo-nazistas cresçam. Então, esses partidos estariam certos? A tendência é o deficit público aumentar. Então, o deficit é bom? A tendência é o trânsito aumentar, a criminalidade aumentar. "Tendências" não significam nada, podem ser ruins ou boas. Não existe "evolução" para a verdade. É justamente hoje em dia que precisamos mais da pena de morte, porque há mais crimes. Civilizado é um mundo com baixa criminalidade e não um mundo em que se mata por nada.

13ª. objeção: As penas devem ser educativas, para recuperar o criminoso, e não para vingar.

Resposta: Toda a pena é vindicativa. A recuperação do criminoso está em segundo plano. O primeiro dever do Estado é proteger a sociedade, e não recuperar o indivíduo. O todo vale mais que a parte. Ademais, a pena de morte é extremamente educativa para todo mundo.

14ª objeção: A maioria das pessoas é contra a pena de morte.
Resposta: Não é verdade. A maioria das pessoas é a favor da pena capital.
Nos EUA em torno de 75%, no Brasil deve ser também. Bastaria um plebiscito para confirmar esse dado.

15ª. objeção: Não se pode punir os criminosos com a pena capital porque a culpa é da sociedade. A pobreza é que causa a criminalidade. São traumas psicológicos que causam o crime.

Resposta: Então, a Igreja estaria errada quando ensina que existe o livre arbítrio e, por causa dele, podemos escolher entre o bem e o mal. Os crimes existem em função da maldade humana que escolhe o mal em vez do bem. Se a sociedade fosse a culpada, não poderia haver Direito, não poderia haver nenhum tipo de repressão. O próprio Direito Civil seria inútil, pois, todo o inadimplente poderia alegar que não pagou por culpa da sociedade, e o credor não poderia cobrá-lo. O mesmo aconteceria com os "traumas psicológicos". Dizer que a pobreza causa a criminalidade é dizer que todo pobre é ladrão. Ou seja, é uma frase preconceituosa. Se fosse assim, a Índia, um dos países mais pobres do mundo, seria o mais violento. Entretanto, é um país com baixa criminalidade.

***

A proibição da pena de morte não tem suporte lógico nenhum. Não existe argumentação eficiente contra a pena capital. O que explica as pessoas serem contra ela, além de uma visão totalmente falsa da caridade, é o sentimentalismo, no fundo materialista, representado por frases como estas: "não se pode punir", "devemos ter piedade do assassino", "coitado do bandido". Nenhum pastor, em sã consciência, trocaria um rebanho de ovelhas por um lobo. Ele não hesitaria em matar o lobo.

O nosso triste mundo do século XX, porém, preserva o lobo e mata as ovelhas.
O pior é que nós somos as ovelhas...

Curiosidades


1. Psicologia invertida:
Tente ler este texto:

De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesiddae ignlsea, oãn ipomtra a odrem plea qaul as lrteas de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo.
O rseto pdoe ser uma ttaol csãofnuo que vcoê pdoe anida ler sem gnderas pobrlmeas. Itso é poqrue nós oãn lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.
Cosiruo, oãn é?

2. Coordenação motora
Quando você estiver sentado à sua mesa, faça círculos com o seu pé direito no sentido dos ponteiros de um relógio. Enquanto estiver a fazer isso, desenhe no ar o número «6» com a sua mão direita.
O movimento do seu pé vai mudar de direcção... E vai circular no sentido contrário dos ponteiros de um relógio!
A resposta a esta contradição está na parte do cérebro que controla estes movimentos, os quais são contrariados um pelo outro.

3. Ilusão de óptica
Consegue ver duas faces?

 4. Dormir consolida a aprendizagem
A aquisição de conhecimentos melhora nas pessoas que dormem logo após estudar. Em contrapartida, aqueles que não dormem mostram mais dificuldades a realizar tarefas anteriormente propostas.
 
 5. Psicologia das cores
Algumas evidências científicas sugerem que a luz de diversas cores, que entra pelos olhos, pode afetar diretamente o centro das emoções. Cada um de nós responde à cor de uma forma particular. As pessoas tendem também a ser atraídas por certas cores, em virtude de alguns fatores determinantes. Sua escolha pode estar baseada em seu tipo de personalidade, nas condições circunstanciais de sua vida ou em seus desejos e processos mentais mais íntimos, profundos e até inconscientes.
As pessoas não escolhem necessariamente uma cor porque ela é boa para si próprias, mas porque gostam da cor, mesmo que esta possa ser contrária às suas necessidades.
Existem muitos testes psicológicos,que foram desenvolvidos para nos ajudar a conhecer mais sobre nós próprios, por meio do poder da cor. A atração forte de uma pessoa pelo vermelho indica o tipo de personalidade afirmativo e extrovertido, de alguém que tem vontade firme, enquanto a aversão a essa cor sugere um indivíduo tímido e provavelmente isolado da sociedade.
As cores têm influências em nossos componentes físico, mental e emocional.




Desenvolvimento Adulto e o Trabalho

 Riverin-Simard (1984) interessou-se pelo estudo do curso da vida profissional dos adultos, utilizando a abordagem dos ciclos de vida. Uma das principais conclusões da investigação levada a cabo por Riverin-Simard é a de que, durante a sua vida profissional, o adulto vive estados de permanente questionamento. “Os momentos de questionamento não são momentos de excepção na vida adulta; pelo contrário, situam-se constantemente no centro quotidiano da vida no trabalho” (p. 148). Assim, são apresentados três grandes períodos durante a vida profissional: 1) o primeiro é o período de entrada e exploração no mundo do trabalho, onde o indivíduo se dá conta da grande distância existente entre as aprendizagens escolares e as que são requeridas para a prática profissional (20-35 anos); 2) o segundo período é caracterizado pelo processo reflexivo do indivíduo acerca do seu percurso profissional ajudando-o a definir o seu próprio caminho pessoal (35-50 anos); 3) no terceiro período o adulto procura criar as condições para uma retirada proveitosa do mundo trabalho. Ao longo destes três períodos, o adulto vai atravessando nove etapas que se alternam segundo um ciclo de questionamento e estabilização: a vida adulta é, pois, caracterizada por um constante dinamismo.

Papéis na vida adulta


Lowenthal e seus colegas (1975) procuraram desenvolver os seus trabalhos de pesquisa tendo em conta os contributos de Lenvinson. Estes investigadores dividiram os sujeitos da amostra em grupos relativos aos papéis sociais assumidos. Assim, Lowenthal e a sua equipa acentuam a necessidade de se ter em conta a importância dos papéis definidos socialmente na sequência das estruturas de estabilidade e transição, sendo a idade cronológica menos importante nessa mesma sequência. Weathersby (1978) considera que as diversas fases do ciclo de vida são ‘despoletadas’ por acontecimentos marcantes (casamento, ser pai, entrada dos filhos na escola, etc.), e pelas novas tarefas que o indivíduo tem de assumir (olhar-se como adulto, procura de estabilidade e segurança, confrontar a mortalidade, etc.). A tensão criada pelos papéis e novas tarefas que o indivíduo tem de desempenhar geram uma situação de conflito entre as capacidades do indivíduo e a exigência dos novos papéis / tarefas. McClusky (1986) afirma que a mudança na vida adulta é marcada por períodos críticos:
    Estes períodos são caracteristicamente produto de experiências decisivamente importantes para as pessoas envolvidas durante as quais podem ocorrer mudanças marcantes nos papéis sociais e no sentido das relações interpessoais. Entrada no mundo do trabalho, progressão na carreira, transferência de trabalho, desemprego podem representar uma categoria destes acontecimentos. Casamento, o nascimento de uma criança, a morte de um dos conjugues (…) ilustram uma outra categoria.
    Diversos autores (Cross, 1984; Knox, 1986; Smith, 1988; Cavaliere, 1990) acentuam a importância destes acontecimentos como momentos por excelência em que o adulto está mais ‘disponível’ para efectuar novas aprendizagens, pois necessita de dar resposta aos novos problemas que se lhe colocam na sua vida quotidiana. Brookfield (1987) afirma que estes acontecimentos podem ser de duas ordens: positivos ou negativos. Os acontecimentos positivos são aqueles que levam o indivíduo a novas formas de pensamento, em circunstâncias agradáveis. Os acontecimentos negativos obrigam o indivíduo a confrontar-se consigo próprio, sendo eles motivo de novas aprendizagens. Para Smith (1988) estes acontecimentos “permitem aos adultos explorar os seus significados e valores pessoais e transformá-los de forma a torná-los mais congruentes com a realidade.



Fases da vida adulta


 A investigação ligada ao estudo do ciclo de vida “está interessada nas respostas que as pessoas criam em relação à idade e mudanças das expectativas sociais à medida que avançam através das fases da idade adulta.” (Cross, 1984, p. 168). Não se trata de uma perspectiva de desenvolvimento, pois estas fases do ciclo são concebidas de uma forma horizontal, sucedendo umas às outras, não sendo necessariamente melhores que as anteriores. Assim, esta perspectiva acentua o facto de se poder identificar períodos de transição e mudança na vida da pessoa, estando esses períodos ligados não só à idade do indivíduo, como também às expectativas sociais que envolvem o mesmo.

  • Jovem adulto:
    Entrada no mundo adulto (22-28 anos)
    Transição dos 30 anos (28-33 anos)
    Estabilização (33-40 anos)

  • Meia idade:
    Transição para a meia idade (40-45 anos)    
    Entrada na meia idade (45-50 anos)
    Transição dos 50 anos (50-55 anos)
    Culminar da meia idade (55-60 anos)

  • Velhice:
    Transição para a velhice (60-65 anos)
    Velhice

     Levinson (1974, 1978) considera que a vida adulta é marcada por períodos de estabilidade e transição. Aos períodos de transição sucedem-se momentos de integração, a que correspondem mudanças na estrutura do indivíduo, ou seja, na forma de ele se ver a si próprio, o mundo e os outros. Nestes períodos de transição na vida da pessoa, os papéis (casamento, nascimento de filhos, divórcio, viuvez, etc.) que o indivíduo assume têm crucial importância. A relevância dos papéis ou tarefas específicas, prende-se não só com a forma como o indivíduo encara esses mesmos papéis, mas também pelas expectativas sociais acerca dessas mesmas tarefas. Segundo este autor, a vida do indivíduo é constituída por alternância entre estruturas estáveis e momentos de transição, podendo estas estruturas serem representadas por faixas etárias.



         

Crise da Meia idade - Mito?


A chamada crise da meia-idade, conhecida popularmente como “crise dos 40 anos”, é caracterizada por um período de transição da idade adulta para uma fase de avaliação e reafirmação da vida profissional e emocional. Normalmente este período compreende a idade entre quarenta e cinqüenta anos, porém, pode variar de pessoa para pessoa.

Para o ginecologista Malcolm Montgomery, nesta fase da vida, há uma queda na produção de hormônios ligados à sexualidade, tanto na mulher, com a proximidade da menopausa, quanto no homem. Essa baixa hormonal contribui para deixar as pessoas mais frágeis, e aliada a outros fatores sociais e culturais, pode desencadear um período de crise.   

Já o psicólogo Diego Gutierrez Rodriguez, afirma que além da queda hormonal, as principais características dessa fase dizem respeito ao fator tempo. Levando em consideração que, no Brasil, por exemplo, a expectativa de vida é de 73 anos- segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)- chegar aos quarenta anos pode causar uma sensação de desconforto e de medo. Surgindo questionamentos como: o que eu fiz da minha vida e o que vou fazer com o resto dela? Quanto tempo ainda tenho de vida? 

Segundo o especialista Camilo Vannuchi, a meia idade é uma fase, que apesar da crise, ocorre transformações pessoais, onde a pessoa consegue realizar seus diversos desejos como, prestar um novo vestibular, escrever um livro, abrir um restaurante, fazer um curso de pintura, rodar o mundo de navio, pedir o divórcio, entre outras. Vannuchi, diz ainda que para enfrentar a crise da meia idade de maneira saudável, é importante tentar amenizar os sintomas físicos com exercícios; procurar um médico para se orientar sobre reposição hormonal e traçar metas e projetos de médio e longo prazo. 

Treino vs Talento - Testado ao Limite


Relativamente à temática : Treino vs Talento aconselhamos vivamente o visionamento deste Documentário muito completo do que poderão ser as aptidões naturais devido a características fisiológicas dum jogador de futebol com tanto nome na sua modalidade: Cristiano Ronaldo.


Cristiano Ronaldo foi «testado ao limite» pela Castrol EDGE. A marca apresentou, este ano, um documentário com o futebolista que permitirá aos fãs ter uma perspectiva exclusiva do que torna Ronaldo num dos melhores jogadores de futebol da sua geração.

Talento vs Treino




A selecção e detecção de talentos é uma área de conhecimento relativamente recente e onde a conjectura social de cada país influi de forma díspar. Para além de ser um tema vago e ainda por explorar, os seus procedimentos metodológicos são ainda controversos e originadores de grandes debates.

Questões


1.     Definir talento desportivo. Como caracterizá-lo? Como detectá-lo?

    Muito do que nós consideramos para ser "talento" é realmente o grau a que cada atleta possui certos atributos físicos, fisiológicos, ou mentais e que podem contribuir a um maior desempenho. Muitas das características físicas do desportista são controladas pelo seu perfil genético; isto é, estão além do que o treinador pode fazer no seu programa de treino para mudar essas características.
    A altura madura de um praticante e outras características anatómicas (comummente conhecido como um somatótipo) não são facilmente alteradas. Ou seja, muitos dos programas de identificação de talentos focalizaram-se em variáveis antropométricas. Vários estudos são desenvolvidos de forma a identificar as características físicas comuns aos atletas de sucesso (vs. os atletas com menos sucesso). Parte-se da premissa que é em praticantes com estas características que o sucesso vai ocorrer.
    Numa das buscas por dicionários deparei-me com um sinónimo de talento que reluziu: “aptidão notável, engenho”. Se fizermos a transposição direta destas palavras para o mundo desportivo, apercebemo-nos que pode não ser o mais forte, o mais rápido ou o mais flexível. Talento pode ser aquilo que em situações de apuros (nomeadamente nos desportos de oposição) consegue formular engenhos para superar os adversários.
    Atualmente, utiliza-se o termo talento para designar habilidades inatas das pessoas, ou a capacidade natural para realizar determinadas atividades.
    A seleção de talentos é um assunto de fundamental importância para os treinadores, devendo ocorrer com base na revelação e avaliação das capacidades bem determinadas e estáveis do jovem.
    Os Talentos apresentam determinadas características que facultam capacidades para a realização de determinados gestos ou para a resolução de determinados problemas, determinando a sua particularidade realçando-se de uma determinada população relativamente a uma determinada atividades. Assim, Gaya (2007) refere as seguintes características próprias de um indivíduo talentoso:
  • Apresenta em idade precoce uma tendência incomum de realizar certas tarefas;
  • Realiza as tarefas com uma certa facilidade e felicidade, e demonstra interesse especial e motivação para o esforço de alcançar desempenhos maiores;
  • À vocação, que pode ser percebida em idades precoces, impõe-se sobretudo procedimentos adequados de educação, formação e promoção de um ambiente propício.
    Desta forma, é necessário saber discernir as aptidões apresentadas pelo jovem no momento da seleção de talentos bem com perspectivar as suas possibilidades competitivas potenciais, de maneira a implementar um sistema de treino adequado às exigências da modalidade, às expectativas do atleta e aos interesses da equipa e do clube dos quais faz parte.

2.     Estabilidade da performance: O que significa? Qual a sua relevância num programa de Detecção do Talento Desportivo?Como se pode avaliar a estabilidade da performance?

    Estabilidade é sinónimo de permanência ou firmeza, i.e. remete-nos para a capacidade que o indivíduo jovem possui de se manter “acima da média”. Deus não nos fez todos iguais, sabemo-lo bem. Nem ao nível da inteligência, nem das capacidades desportivas, artísticas, etc… teremos assim mais predisposição para esta ou aquela área, para este ou aquele desporto. Mas após detectado o indivíduo com talento para esse mesmo desporto nada garante que ele continuará a ser um talento no futuro.
    Logo à partida, muitos talentos nacionais ficam-se pelos escalões de formação. Nomeadamente por se considerarem talentos crianças com um avanço maturacional em relação à sua idade. É necessário uma visão mais abrangente, perceber se as garantias ultrapassam os aspectos meramente físicos e se a “arte” do domínio está lá.
    Por estabilidade designamos a manutenção absoluta ou relativa de um ou de um conjunto de indicadores de desempenho no interior de uma distribuição de valores. A estabilidade absoluta representa a ausência de alteração significativa de um indicador de desempenho ao longo do tempo ou a partir de um determinado período. A estabilidade relativa, também denominada como estabilidade normativa (Maia, 1993), pode ser operacionalizada pelos conceitos estatísticos de canal percentílico (canalização).
    Quanto à avaliação dessa estabilidade, ela deve ser efectuada recorrendo á ciência estatística. Bloom (1985) referiu a utilização da auto-correlação para avaliar a estabilidade de uma variável em estudos longitudinais. Mais tarde, Gaya (2007), apontaram um índice de correlação igual ou superior a 0.5 como um indicador de uma variável estável.

3.     Um alto rendimento desportivo precoce é passível de garantir o sucesso desportivo futuro? Ser forte, veloz e resistente aos 10 anos de idade em relação à média populacional pressupõe manter essas mesmas condições aos 16 ou 18 anos? Qual a probabilidade do campeão de hoje se tornar o campeão de amanhã?

    A elevação de esta questão prende-se com algo que transcende os estudiosos desta temática: a sobrevalorização unilateral das componentes biológicas. Ou seja, uma visão que seja parcial, i.e. não integral, do conceito de talento desportivo, remete-nos para a dificuldade de elevação dos componentes mais importantes no diagnóstico da aptidão (Marques, 1993).
    A utilidade de programas de identificação e acompanhamento de talentos para predizer o desempenho de um atleta é avaliada pelos dados que resultam em estudos recentes de pesquisa. A evidência é baseada na determinação, em variáveis estratégicas, se praticantes de elite diferem da população normal e que facilmente não são modificadas pelo processo de treino.
    A base desta problemática deverá assentar sobre os factores que influem o rendimento. Sabemos que estes não se consubstanciam apenas aos aspectos morfológicos ou fisiológicos, mas devemos contabilizar também os aspectos psicológicos, contextuais e biomecânicos. Ou seja, podendo um indivíduo assentar no percentil 98 na sua caracterização antropométrica e perdurar esse valor no tempo, não assegura que o futuro será de sucesso.
    Basicamente, devido à complexidade a que está dependente a performance de um atleta, não podemos garantir que o campeão de hoje será o campeão de amanhã. Poderemos apenas inferir que ele terá elevadas possibilidades, com o devido empenho e dedicação, de ser um futuro campeão.

4.     Modelação da performance. O que significa? Quais os instrumentos estatísticos mais adequados para proceder a modelação da performance desportiva?

    Por Modelação da Performance, de acordo com Gaya et al. (s/d), entende-se um conjunto de procedimentos capazes de prognosticar, com alguma probabilidade de acerto, o jovem atleta de sucesso. Esses procedimentos incidem sobre a constituição de um quadro complexo e hierárquico de exigências somáticas, motoras e psicológicas em diferentes modalidades desportivas e em diferentes fases de desenvolvimento motor.
    Pegando no exemplo do Projecto Esporte Brasil, este parte de uma modelação dos atletas para tentar identificar junto do seio educativo, quais os alunos que estarão mais perto de desempenhar essas características com sucesso. Ou seja, fazendo uma avaliação dos atletas em formação em diferentes faixas etárias e em diferentes modalidades desportivas, vai permitir criar um perfil de atleta por modalidade e por idade. Pegando nesses dados obtidos podemos, aplicando os mesmos testes à população escolar, tentar inferir acerca daqueles que apresentam similares perfis de desempenho.
    Mas, desde logo surge um complexo problema de cálculo. Trata-se de que, para cada modalidade, cada componente avaliada não deverá ter o mesmo peso, ou seja a mesma cotação. Assim, e mantendo a coerência de que em diferentes modalidades os pré-requisitos do sucesso são diferentes, teremos de começar pela análise multivariada. Ou seja, é necessário que os estudos desenvolvidos adoptem procedimentos estatísticos que sejam capazes de maximizar diferenças entre grupos de atletas escolares e respeitem o conceito multifactorial da aptidão desportiva.

5.     Quais podem ser os papéis da educação física escolar e do clube desportivo na concepção de uma política de desporto no âmbito dos programas de detecção do talento desportivo?

    Em primeiro lugar, é preciso ir ter com o talento onde ele está. Na escola, no clube, nas associações ou federações deverá existir uma reunião de esforços de forma a criar condições de recrutamento de jovens com talento.
    Em segundo lugar, apercebemo-nos de uma estruturação de um sistema de preparação desportiva para os jovens talentos, sem considerar a importância que a escola, os clubes, as associações, as federações e outras estruturas de enquadramento desempenham neste processo, de uma forma unitária. Ou seja, estes organismos têm estado dissociados, e mesmo antagonizados, em relação a um problema que tem, forçosamente, de interessar a todos (Marques, 1993).
    O técnico desportivo, através da sua competência na qual se inclui o bom senso, pode influenciar diretamente o desempenho dos atletas promovendo os respectivos talentos desportivos ou, pelo contrário, pode fazê-los abandonar precocemente a modalidade e o desporto.
    Na fase inicial é de vital importância oferecer às crianças e jovens uma atividade alegre e motivadora, nas fases de desenvolvimento seguintes é necessário que o treinador avalie, reformule e melhorar constantemente o seu desempenho, de forma a poder responder adequadamente às exigências desportivas do jovem talento para que no tempo da especialização a assuma consciente e decididamente.

Experiência Precoce- Programa de Intervenção


Programa 1 - Head Start em Indígenas Americanos e Nativos do Alasca

Intervenção na educação é evidenciada pelas taxas de graduação, pelos resultados dos testes, e pelos níveis de escolaridade que é uma área em que as disparidades emergem desde cedo na vida das populações minoritárias dos EUA; eles são observados desde que as crianças entram na creche e estão relacionadas com falhas cognitivas e académicas bem como falhas nas competências sociais e emocionais na entrada para a escola.
As crianças Indígenas Americanas e Nativas do Alasca (AI/NA) estão entre os mais afectados por disparidades em termos de saúde, cuidados de saúde e indicadores sociais e económicos. Estas crianças têm uma taxa elevada de trauma, probreza e violência, morbidade e mortalidade, e serviços de saúde inadequados, constituem obstáculos difíceis de superar no desenvolvimento.
Como um dos principais esforços para preencher estas lacunas, o programa Head Start (HS) procurar satisfazer as necessidades educacionais, sociais, emocionais e de saúde das crianças de baixo rendimento através da educação pré-escolar e desenvolvimento infantil precoce, assistência médica com serviços de saúde oral e mental, e o envolvimento parental.
Diversas pesquisas mostram que a intervenção precoce na criança pode fazer a diferença na vida das crianças, tanto a curto como a longo prazo, e os resultados do Estudo do Impacto do programa HS, Estdudo das Experiências da Família e da Criança, e da Avaliação Nacional do HS têm apontado para as formas pelas quais os serviços existentes neste programa pode fazer a diferença e pode ser melhorado para ocorrer mudanças ainda mais significativas nas crianças.

Program 2 - Head Start no East Harlem
O programa Head Start oferece uma educação infantil para crianças de classes sociais de baixo rendimentos entre os 3 e os 5 anos de idade. Head Start destaca-se entre os programas da primeira infância por pôr a cabo as necessidades emocionais, sociais, sanitárias, nutricionais e psicológicas de cada criança.
Requisitos para inscrição:
·         As crianças devem ter entre os 3 e os 5 anos de idade;
·         As famílias devem cumprir as diretrizes de baixo rendimento;
·         Todas as crianças devem ter um exame físico actual.

Horas de Operação: Existem duas sessões de meio-dia, 8-11h e 15h, de segunda a sexta-feira.
Na base do Programa em Casa, um professor e um funcionário dos serviços sociais fazem visitas semanais ao lar para envolver o filho e o pai numa variedade de actividades educativas. Uma vez por semana, todas as crianças do Programa em Casa vão para o centro ter uma aula de socialização, onde aprendem a socializar e a conviver com outras pessoas, além de aumentar as suas capacidades linguísticas e académicas. Adicionalmente, as crianças frequentam uma vez por semana aulas de natação – muitas das famílias que lá chegam não sabem nadar mas quando deixam o programa mostram-se confiantes e habilitados para ir para as praias.
(Trabalho realizado em cooperação com Eliana Calvo e Carla Costa)

Nos dois textos apresentados podemos um mesmo programa de intervenção precoce, Head Start, mas diferentes na sua estrutura. Mediante o que se pode ler, pode-se também concluir que são programas ricos em conteúdos, que estimulam quem neles participam. Isto torna-se fundamental no desenvolvimento de qualquer criança, principalmente as mais desfavorecidas económicamente, onde normalmente os pais não lhe podem pagar os estudos que queriam para os filhos. Deste modo, torna-se pertinente tornar este tipo de projectos em mais países para que se possa tornar criar condições para um óptimo desenvolvimento físico, intelectual e moral.

Há um projecto no Brasil semelhante a estes em termos de objectivos, apesar de não ser propriamente de intervenção precoce, pode tratar-se de uma continuação desse trabalho. O projecto “Abrindo Espaços” baseia-se na cultura de paz e não-violência e na promoção da cidadania de adolescentes, jovens e da comunidade escolar. Trata-se de uma iniciativa que reúne várias áreas do mandato da UNESCO – é uma ação de inclusão social que incentiva a melhoria da qualidade da escola, a participação cultural, a conscientização sobre a prevenção de DST e Aids e o cuidado com o meio ambiente.
Além de promover o desenvolvimento humano, a cidadania e a inclusão social de jovens e suas comunidades, o Programa Abrindo Espaços favorece ainda a melhoria da qualidade da educação no país, ampliando oportunidades de acesso a actividades educativas, culturais, desportivas, de lazer e de geração de renda. As actividades são abertas a toda a comunidade também com o propósito de melhorar a qualidade da relação e da interação entre professores, alunos e familiares.
Este tipo de projectos são muito nobres, não esquecendo também o quão recompensantes são. Na minha opinião, projectos destes seriam sempre bem-vindos a Portugal, pois só traria benefícios. Há que ficar a pensar nisso…


Piaget versus Kohlberg


Piaget e Kohlberg foram os primeiros psicólogos a se interessar pelo desenvolvimento da moralidade na criança e no homem adulto.
Piaget viu que crianças de 0 a 12 anos passam por duas grandes orientações
da moralidade: a autonomia e a heteronomia. As crianças menores estão no estádio de heteronomia moral, isto é, as regras são leis externas, sagradas, imutáveis, por que são impostas pelos adultos. As crianças maiores passam aos poucos para um estágio de autonomia, em que as regras são vistas como resultado de uma decisão livre e digna de respeito, aceitas pelo grupo.
Para Piaget, toda a moral é formada por um sistema de regras e a moralidade consiste no respeito que o indivíduo nutre por estas regras. Partindo desse princípio, Piaget propôs estudar esse problema em dois níveis: a consciência (intelecção) que se tem das regras, e a sua colocação em prática. Piaget queria encontrar o grau de correspondência existente entre consciência (conhecimento) e a prática das regras. Piaget escolheu para esse estudo um jogo bem conhecido das crianças, o jogo de bolinhas de gude. um jogo com muitas regras e, relativamente complicadas. Piaget observava meninos em diversas idades jogando bolinhas e perguntav-lhes: quais eram as regras do jogo? de onde vinham? podiam ser modificadas?
Três questões fundamentais para a moralidade:
·          Conhecimento da lei
·          Origem ou fundamento da lei
·          Mutabilidade ou não da lei
Com relação as regras do jogo Piaget encontrou níveis diferentes tanto de consciência das regras como sobre sua prática.
1º Estádio crianças até 2 anos
Neste estágio as crianças simplesmente jogam, não há nenhuma regra ou lei, é puramente uma actividade motora, não há nenhuma consciência de regras.
2º Estádio crianças de 2 a 6 anos
Neste estádio a criança observa os maiores jogarem e começa a imitar o ritual que observa. A criança percebe que existem regras que regulam a actividade e considera as regras sagradas e invioláveis. Ainda que nesse estádio a criança saiba as regras do jogo, ela não joga "com os outros", ela joga como que sozinha, é uma actividade egocêntrica, ainda que esteja a jogar com outros companheiros. É uma actividade que produz prazer psicomotor.
3º Estádio entre os 7 e 10 anos
Neste estádio a criança passa do prazer psicomotor dos estádios anteriores ao prazer da competição segundo uma série de regras e um consenso comum. Esse estádio está ainda dominado pela heteronomiamoral, as regras são sagradas mas já são reconhecidas como necessárias para bem dirigir o jogo. Há um forte desejo de entender as regras e de jogar respeitando o combinado. As crianças vigiam-se mutuamente para se certificarem de que todos jogam respeitando as regras.
4º Estádio entre 11 e 12 anos
É a passagem para a autonomia moral. O adolescente desenvolve a capacidade de raciocínio abstracto e as regras já são bem assimiladas. Há um grande interesse em estudar as regras em si mesmas, discutem muitas vezes sobre quais as regras que vão ser estabelecidas para o jogo.
Para Piaget o desenvolvimento da moralidade dá-se principalmente através da actividade de cooperação, do contacto com iguais, da relação com companheiros e do desenvolvimento da inteligência.
Para Kohlberg existem seis estágios no desenvolvimento moral, dividido em três níveis. Piaget estudou somente a vida moral até a adolescência e Kohlberg até o desabrochar pleno da maturidade e da vida moral. Kohlberg não dá muita importância ao comportamento moral externo. Por exemplo, um adulto e um adolescente que roubam uma maçã, o comportamento externo é o mesmo, mas as razões, a moralidade interna, o nível de maturidade moral é diferente nesses casos. Kolhberg baseia a sua classificação no nível de consciência que se tem das regras e normas, das suas razões e motivações, da consciência da sua utilidade e necessidade.
1º Nível Pré-convencional
A moralidade da criança é marcada pelas consequências dos seus actos: punição ou recompensa, elogio ou castigo, e baseia-se no poder físico (de punir ou recompensar) daqueles que estipulam as normas.
·          Estádio 1 – Orientação para a punição e obediência
O que determina a bondade ou maldade de um acto são as consequências físicas do acto (punição). Respeita-se a ordem apenas por medo à punição, e não se tem consciência nenhuma do valor e do significado humano das regras.
·          Estádio 2 – Individualismo e troca instrumental
A acção justa é aquela que satisfaz as minhas necessidades, a que me gera recompensa e prazer, e, ocasionalmente aos outros. As relações humanas são vistas como trocas comerciais. Mais ou menos assim "Tu gratificas-me e eu gratifico-te". A pessoa tenta obter recompensas pelas suas ações.

2º Nível Convencional
Neste nível a manutenção das expectativas da família, do grupo, da nação, da sociedade é vista como válida em si mesma e sem muitos questionamentos ou porquês. É uma atitude de conformidade com a ordem social, mas também uma atitude de lealdade e amor à família, ao grupo, ao social.
·          Estágio 3 - Expectativas interpessoais mútuas, relacionamento e conformidade interpessoal
É bom aquele comportamento que agrada aos outros e por eles é aprovado. De certa forma, é bom o que é socialmente aceito, aquilo que segue o padrão. O comportamento é muitas vezes julgado com base na intenção, e a intenção torna-se pela primeira vez importante. É a busca do desejo de aprovação familiar e social.
·          Estágio 4 – Sistema e consciência social, manutenção da lei e da ordem
Há o desenvolvimento da noção de dever, de comportamento correto, de cumprir a própria obrigação. Há o desejo de manter a ordem social especificamente pelo desejo de mantê-la, isto é, por que isso é justo.
3º Nível Pós-convencional
Há um esforço do indivíduo para definir os valores morais, para definir consciente e livremente o que é certo e o que é errado, e porquê... Prescinde-se muitas vezes da autoridade dos grupos e das pessoas que mantém a autoridade sobre os princípios morais.
·          Estágio 5 – Contrato social ou direitos individuais democraticamente aceites
É a tomada da consciência da existência do outro, da maioria, do bem comum, dos direitos humanos... A acção justa é a acção que leva em conta os direitos gerais do indivíduo, isto é, o bem comum. Valores pessoais são claramente considerados relativos, é a lei da maioria e da utilidade social.
·          Estágio 6 – Princípios éticos universais
O justo e o correto são definidos pela decisão da consciência de acordo com os princípios éticos escolhidos e baseados na compreensão lógica, universalidade, coerência, solidariedade universal. Guia-se por princípios universais de justiça, de reciprocidade, de igualdade de direitos, de respeito pela dignidade dos seres humanos, por um profundo altruísmo, pela fraternidade. Os padrões próprios de justiça têm mais peso do que as regras e leis existentes na sociedade.

Conclusão
  
A moralidade humana e o seu desenvolvimento são essencialmente dialéticos. Tanto no modelo de Piaget como no de Kohlberg, a moralidade de um indivíduo depende tanto de factores psicológicos e biológicos (quem é a pessoa, quem são os seus pais, qual a sua “bagagem” genética...), como de elementos sociais e culturais (onde nasceu, em que época, quem são os seus vizinhos, amigos, mestres, grau de instrução, condição financeira...). Torna-se claro que diferentes situações sociais, culturais, psicológicas e biológicas irão propiciar diferentes comportamentos, diferentes moralidades.

Relógio Biológico


 O conceito "relógio biológico" é um mecanismo interno que controla todos os eventos do organinismo para que se consiga prever quando algo está para acontecer. Através do relógio biológico o organismo concilia a variação da temperatura, da pressão arterial, da secreção de hormonas, do sono, da frequência cardíaca e de muitos outros acontecimentos.

            Situado no hitotálamo, é accionado pela luz e auxiliado pelos ponteiros do organismo por onde administra todas as reacções que determinarão a função de cada sistema e de cada órgão a paritr de um determinado período. Cerca de 80% da população mundial segue o mesmo ritmo biológico, mas os outros 20% possuem o ritmo biológico concentrado num só período de rendimento, o que prejudica consideravelmente o seu rendimento nos demais períodos.
            A realização de tarefas de qualquer ordem para indivíduos que concentrem o seu rendimento num só período ao longo do dia ou da noite, pode desencadear problemas sérios relacionados com a saúde.

            O ciclo metabólico processado pelo relógico biológico ocorre no período de 24h e recebe o nome de Ritmo Circadiano. Este é realizado diariamente e por isso pode-se prever o horário em que ocorrem os eventos corporais, porque o ciclo metabólico executa as suas funções no mesmo horário. Este quando é submetido a qualquer alteração compromete toda a regulação do organismo apresentando um défit de atenção, alterações na digestão, desordens de humor, insónias e outros.



            Para saberes mais sobre os Relógios Biológicos deixo aqui o documentário “Segredos do Relógio Biológico”, é extremamente interessante e retrata todos os aspectos deste relógio interno e fala dos vários testes realizados, por exemplo, num dos testes aplicados a estudantes tentou-se descobrir em que parte do dia os alunos estavam mais “motivados” a aprender.

            Antes de pesquisar e antes de ver este documentário quando ouviamos falar em “Relógio Biológico” associavamos sempre às mulheres que quando este relógio está a tocar significa que está a chegar a hora de a mulher ser mãe. Mas, o relógio biológico é bem do que a chegada do momento para ter mãe, existe em ambos os sexos e da mesma forma, isto é, as acções como querer comer, beber, dormir, são comandadas pelo relógio interno e são iguais tanto nos homens como nas mulheres.